Joice Oliveira
São Paulo,
São Paulo, Brasil


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Natal

Os ponteiros já estão quase marcando meia noite, posso ouvir as queimas de fogos e o cair da chuva no telhado lavando a terra na contagem regressiva de mais um ano que se termina.
Minha vida desatina minha voz oh grito vazio que não quer falar, e na verdade não sabe expressar, o que quer dizer cada lágrima que lava talvez a minha alma.
A maldade em veneno como flecha atinge-me dentro do peito, desfalecendo-me os ossos, e perco a visão daquilo tudo que sonhei um dia.
O que se é importante na vida? Um telefonema de bons votos a uma querida amiga, talvez...
A família reunida para a ceia, eu aqui acendi a candeia, inutilmente me ilumina, artificialmente, esta que me faz mal.
Eu na hipocrisia de um sorriso tenso, cansado, amarelado. Que não adianta porque a santa paz não me distrai. Não me compraz da vida que almejo, não foi a que eu vi pelo caminho, é a que nele despejo.
Entrelaça os nós.
O olhar de uma vida perdida, do sabor amargo do abandono.
Noites sem sono, o medo da solidão trazia ao pulmão quase nada, nem fôlego, nem ao menos uma mão.
Eu que em uma fantasia de um mundo, dentro de um quebra cabeça tão confuso, mas que ao longo me diz tudo!
Que preciso descobrir sobre mim, quem sabe sobre você, sobre ela que me carregou então.
Eu me liberto da carceragem dura, fria e posso encontrar um adocicado toque de amor, perdão e brandura em minhas mãos.
 Olhos e palavras, que mesmo não conhecendo tons tão corretos, diz a mim mesma a verdade, porque estas palavras mesmo estando contrarias, embaraçadas, repetitivas, podem pronunciar de uma forma de muitas formas, o abismo, o centro, o desalento, também o riso, e o princípio de uma alma.

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